sábado, 4 de maio de 2013

Outono


Então pessoas que talvez ainda cheguem a ler esse blog jogado às traças...
Boa tarde seus lindos ;D Adoro a fidelidade de vocês
Como eu estava dizendo, primeiramente eu gostaria de me desculpar pela minha ausência, minha vida anda dando mortais pra frente e pra trás (se é que isso é possível) o tempo todo nos últimos meses... Não que eu esteja numa fase de grande confusão e lágrimas e sentimentos depressivos, na verdade, acho que nunca estive melhor (tirando um leve declive no meu desempenho escolar, que já está em processo de superação, e uns assuntos mal resolvidos aí também, mas esses eu lido com eles mais tarde).
Bom, sim, hoje eu não vou lançar nada de muito produtivo... Nenhuma história ou fanfic, ou nada do gênero, porque por motivos pessoais eu não consigo escrever como antes, e não ando satisfeita com meus resultados. E não vou aborrecer vocês com minhas palavras desconexas.
Estou aqui graças a um post do João Gabriel, aquile lindo que lembrou de mim no post sobre o outono, que é tipo, minha estação favorita, no Timing Perfeito (blog que eu recomendo fortemente, aliás). Ele escreveu um post sobre 5 álbuns para se ouvir no outono, e pra quem não sabe, já estamos no outono, e aquele post, e ouvir o incríveis álbuns recomendados (bons as ever) me deram vontade de escrever também sobre essa estação maravilhosa.
A verdade é que até metade do ano passado minha estação favorita era o inverno, o outono estava em segundo. Mas aí eu li uma crônica maravilhosa do Luiz Fernando Veríssimo (outra pessoa maravilhosa, que devia ser imortal pra escrever suas crônicas geniais, cheias de sagacidade e ironias, e boas sacadas para todo o sempre Amém) e mudei de ideia. Obviamente não foi uma coisa do tipo PÁ-PÁ! AGORA EU AMO O OUTONO FODA-SE O INVERNO! Mas aquela crônica abriu os meus olhos para uma coisa: o outono tem a única coisa que falta no inverno para ele ser perfeito: cor.
"No outono as coisas se abrandam e absorvem a luz em vez de refleti-la. É como se a Natureza etc., etc. (O verão não é uma boa estação para literatura descritiva. Me peça o resto da frase no outono.)", é assim que Veríssimo descreve o outono na crônica "Víamos os Nossos Pés", inclusive com a parte do verão não ser uma boa estação para literatura descritiva, o que de fato não é.
Genial.
Continuando. O inverno chega a ser ofuscante por sua monocromaticidade (se é que essa palavra existe. O outono é a estação das cores pasteis, dos florais singelos, dos botões e das lãs. Coisas que no inverno, muitas vezes se perdem. 
Geralmente as pessoas descrevem o outono com uma estação melancólica e nostálgica, e eu não posso negar isso, todo outono, infalivelmente, tenho crises de nostalgia. Mas é nesta estação também que eu costumo passar os dias mais marcantes do ano, pra mim, o outono é o que é pra muitos a primavera. Um recomeço. 
Eu me sinto mais disposta no outono. Por mais que as coisas não deem certo, eu costumo conseguir manter meu humor.

Basicamente, é isso aí. Não vou encher mais a cabeça de vocês com minhas ladainhas,

Espero que nos vejamos em Breve.

Luna e Narradora


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

One Shot parte 2 (sim, não faz sentido)

Eu andava com um monte de coisas para fazer nos últimos dias e mal andava indo a escola. Dessa vez eu estava com uma crise alérgica muito forte e intoxicação alimentar. Na Sede eu fazia todos os tipos de pesquisa e de trabalhos que se pode imaginar. Nós estávamos num projeto de criar um camada de pele que fosse à prova de balas e protegesse dos raios UV, uma coisa meio trivial para os agentes, mas eram trabalhos como esse, que podia dar dinheiro, que sustentavam a SS financeiramente.
Já faziam alguns meses que eu não conversava direito com nenhum dos meus amigos, que eu não dava notícias em casa e que eu não fazia outra coisa se não trabalhar. Estava exausta e naquela noite em especial me sentia péssima, o nosso ultimo protótipo tinha causado a destruição da pele real da nossa cobaia, não foi uma cena agradável de se ver. Eu coloquei na mochila alguns sacos de doces e pulei para fora de casa, entrado na janela aberta do apartamento de Konaji, eu precisava falar com alguém.
– Eu entrei! – anunciei para o barulho de chuveiro logo a frente, me jogando no chão. Não houve resposta, mas de alguma forma eu sabia que ele tinha ouvido.
– Olha só quem deu as caras... – quando ele finalmente apareceu estava só de toalha, ainda com o cabelo pingado em água. Parecia de bom humor. – você parece péssima...
– O Albert morreu hoje... – Albert era o rato de laboratório que estava reagindo melhor a transplante de pele, eu tinha visto ele queimar, guinchando naquele dia.
– Sinto muito... – Sem aviso prévio ele começou a se trocar. Fechei os olhos, incomodada, mas ao mesmo tempo cansada de mais para reagir. – Você realmente entrou de cabeça nesse projeto, não é mesmo?
Eu mantive os olhos fechado, me dando conta de que daquele jeito eu ficava mais confortável. Ouvi seus passos na minha direção e então, senti seu abraço. Era quente, mas ao mesmo tempo fresco, devido as pontas do cabelo ainda pingando e às roupas limpas. O cheiro era bom. Eu retribui o abraço, me dando conta de que eu realmente andava precisando de um pouco de conforto nos últimos dias, conforto que eu não podia encontrar no sono, por que não o tinha, não podia encontrar na música, por que ela me deixava ainda mais mentalmente cansada, e que eu não podia mais recusar com a desculpa de falta de tempo, porque por mais que o tempo fosse pouco eu precisava desse pouco tempo.
– Eu te amo... – as palavra sopradas sobre a minha nuca puxaram lá do fundo da minha mente uma memória que eu não precisava recupera. Soltei o abraço, me afastei um pouco. O que podia dizer agora? “Desculpa”? “Eu também”? Não, seriam mentiras, era uma merda de uma frese bem no meio dessas duas.
– Não diga coisas que eu não sei como responder – censurei,olhando sua expressão confusa se derreter em um riso fraco – Eu não preciso de mais problemas do que eu já tenho...
– Pra você está bom do jeito que está? – perguntou ele, se aproximando de novo, apoiando a cabeça molhada no meu ombro – você já sabe como eu me sinto, você acha que eu posso continuar sendo o seu amigo de sempre?
– Eu queria que você pudesse... – o silêncio se instaurou na sala por um bom tempo. Nós estávamos a vontade em silêncio, qualquer palavra iria ferir a nossa paz naquele momento. Eu fechei os olhos, querendo com todas as minhas forças que tivesse a oportunidade de dormir. O que antes tinha me parecido uma vantagem, agora parecia um cina, eram 3 horas da manhã e eu não sentia sono. Tinha trabalhado o dia todo, e assim como Konaji, tinha acabado de chegar em casa, eu poderia dormir e sonhar por um tempo agora, mas o sonho não vinha.
Senti Konaji levantando do meu ombro mas não me incomodei em abrir os olhos. Preferi continuar na minha brincadeira de dormir, esperando que como a muitos anos atrás alguém viesse e me levasse de volta para minha cama, mas essa ilusão se quebrou quando eu pude sentir sua respiração se chocando com a minha, tentei afastar o rosto, mas havia uma parede.
– Você é linda – meu olhos estavam bem abertos agora e eu me dava conta de que visitar Konaji naquela noite tinha sido uma péssima escolha. Ele era ele mesmo, mas com o olhar mais doce, de alguma forma aquele olhar e assustava – Como eu queria...
– Kona, para com isso... – interrompi-o com o todo o eu cansaço estampada na cara. – Isso tá ficando desconfortável...
– Eu não posso querer estar mais perto de você? – ele apoiou a testa na minha, eu não conseguia respirar outro ar se não que viesse da sua respiração
– Eu não posso te impedir de querer nada, mas você tem que respeitar a vontade dos outros também – eu segurei seu rosto e o afastei, ele parecia pender em minha mão como um defunto. Se não fosse sério eu riria.
– Mas eu posso tentar te convencer... – ele pesava nas minhas mãos, eu já estava esgotada de mais pra segurá-lo por muito tempo. – Se ao menos você deixasse.
Eu fiquei ali parada, cansada de mais para discutir, sem a mínima disposição para deixá-lo se aproximar. Soltei seu rosto e sentei a alguma distância. Fechei os olhos novamente, tentando me lembrar de como era dormir e sentir todo o seu corpo se desligar. Konaji se sentou ao meu lado, eu estava exausta, e me vi apoiando a cabeça no seu colo sem nem pensar direito no que eu estava fazendo. Queria que alguém mexesse no meu cabelo como minha mãe costumava fazer quando eu era menor, até que eu caísse no sono.
– Você tá me provocando? – eu podia ver o sorriso torto e seus lábios até de olhos fechados.
– Eu só queria poder dormir... – a frase saiu sem que eu percebesse, junto com a lágrima quente e grossa, solitária no canto do rosto. – deixar isso tudo pra trás por algum tempo.
Eu senti mais uma vez seus lábios, dessa vez profundos, o gosto de pasta de dente foi o que me fez perceber de fato o que estava acontecendo, afastei seu rosto mais uma vez, dessa vez fiz um esforço para sorrir.
– Você já me roubou o meu primeiro beijo e o meu primeiro beijo de língua, o que eu ganho com isso, hein? -- tentei fazer soar como uma piada, mas a minha aparência devia estar deplorável uma vez que todo o estresse dos últimos dias saia em forma de água dos meus olhos.
– Que tal um namorado? – brincou ele – Acho uma troca bem justa.
– Quer mesmo tentar isso? – minha expressão devia beirar o riso e o desespero.
– Ah, por que não? – ele deu de ombros – eu gosto de você, e até onde eu sei, até antes de hoje a noite você não me odiava, as coisas não vão ficar só mais estranhas se a gente continuar só como amigos?
– Agora eu sei por que te mandam tanto pra negociações no exterior, você é um mala, sabia? – eu consegui quase rir, sequei o rosto – convence as pessoas a aceitar as propostas mais loucas...
– Isso foi um sim? – sorriu ele.
– Não... – lhe dei um rápido beijo – isso foi um sim...
– Pode me dar mais um sim desses? – brincou ele num sorriso torto.
– Me ajuda a descansar um pouco? – retruquei.
– Feito...
Nós nos beijamos pela primeira vez reciprocamente, foi uma cena engraçada, uma fez que eu nunca tinha beijado ninguém na minha vida. Konaji quase tinha tido um enfarto de tanto rir, mas no fim ele realmente me ajudou e descansar um pouco. Eu tomei chá e assisti um filme, como eu já não fazia há muito tempo, ele acabou dormindo no sofá, com a minha cabeça apoiada em suas pernas, eu tive que carregar ele até a cama antes de voltar para casa, mas quer saber? Foi uma noite memorável.

One Shot parte 1 (sim, não faz sentido)

Lembram daquela one shot que eu lancei a long time ago, in a far, far away galaxy? Pois é... se vocês forem procurar o post não vão achar. Eu reli ela um dia desses e achei muito what the fuck, por isso rescrevi em duas partes, não ficou assim NOSSAAA QUE MARAVILHA DE ROMANCE, mas ficou melhor do que o outro....

É bem verdade que só faziam algumas semanas que eu tinha me mudado para o Japão e me envolvido em toda essa loucura de agência secreta pela paz interdimensional, mas também é verdade que eu já me sentia bem em casa com tudo isso. Sentia muita falta de alguém mais íntimo para conversar sobre os meus problemas em certas situações, mas ao mesmo tempo eu me sentia bem com os meus novos amigos e colegas de trabalho. De certa forma eu me sentia bem mais madura que à algumas semanas atrás. Os dias pareciam se arrastar, mas ao mesmo tempo pareciam ser carregados de coisas para se fazer, e assim, a cada fim de dia, eu sentia que tudo tinha voado pela minha frente e eu nem tinha percebido.
Eu sempre odiei ter tempo livre, por que tempo livre me dava a estúpida possibilidade de me sentir confusa e vazia, principalmente quando eu estava longe de casa. Hoje é um dia com muito tempo livre. Houjô tinha saído em uma missão no Brasil com a Hillany, Jady tinha ido à outra dimensão para realizar algumas pesquisas, Konaji e Hanji tinha ficado por aqui, mas ambos tinham suas próprias coisas para fazer. Bom, eu também teria as minhas se não fosse pelo fato de eu ter sido liberada de todos os meus treinamentos durante aquela tarde. Até mesmo o desligado do Kazumi tinha me liberado para “não sobrecarregar o hardware” ou algo assim. A questão é que com esse tempo livre eu estava naquela de “Tá tenho uma tarde de folga e agora, como-faz?” bem típica dos workhollics da minha família.
As aulas da manhã já estavam acabando e eu estava começando a entrar em pânico com relação à o que fazer naquela tarde. Então eu resolvi falar com Konaji, afinal, talvez por nós estarmos na mesma sala, nós acabamos nos aproximando um pouco mais e talvez ele tivesse algum tempo livre mais tarde.
-- Hey, Konaji -- chamei sua atenção enquanto o professor escrevia a matéria no quadro. E lhe passei um bilhete, nós fazíamos isso com certa frequência durante as aulas, mas ninguém prestava atenção de fato.
Eu to completamente sem perspectivas para essa tarde. Droga, por que me dispensaram de todas as funções na SS de uma vez só??
Ele riu do recado, rabiscou alguma coisa e tacou de volta o papel.
Workhollic! Tenta fazer alguma coisa além de estudar e trabalhar...
Eu li vagarosamente o papel e então suspirei.
Eu sairia com os meus amigos se todos eles não estivessem trabalhando em alguma coisa por agora, sabe??
Ele me olhou irônico e então respondeu por papel.
Você ainda tá tendo dificuldades em se misturar com os outros? Devia andar mais sem a gente, sabe? O que você faz quando todos nós estamos em missões?
Eu me permiti um olhar atônito.
Não, não consegui me misturar com os outros, ok?Você é super sociável por isso não sabe como é difícil pra mim falar com desconhecidos... E bom, quando vocês saem em missão eu trabalho e estudo! É um bom passa tempo pra mim, sabe...
Ele parecia realmente espantado com a minha resposta
Você não devia tornar as coisas mais difíceis... Já tentou ao menos se misturar com as outras garotas?
Eu fiquei com um pouco de raiva, ele meio que não estava tentando entender, eu tive vontade de chorar e me senti patética por isso. O que era aquilo? Eu nem tava de TPM...
Pensa um pouquinho Kon!Essas garotas me odeiam! E a razão pela qual elas me odeiam é óbvia... Eu sou a garota que é mais próxima de você e do Hanji, e metade do colégio é gamado em vocês, sendo que a outra metade tá gamada no Houjô ou é garoto... Bem que vocês podiam arranjar namoradas, assim elas talvez mudassem o alvo de ódio delas...
Konaji pareceu bem ofendido com o bilhete, me dei conta que eu estava botando a culpa que era minha os outros.
Você tá culpando os outros por algo que eles não controlam, Sara...
Parecia que ele tinha lido a mina mente, eu suspirei.
Desculpa... Eu fui idiota... deve ser efeito colateral da minha falta do que fazer esse mal humor...
Você é bizarra as vezes, sabia?
Ok, eu sei...Mas e aí? Tem um tempo livre depois do trabalho?
Ele se animou subitamente
Eu saio do trabalho as 10, a gente podia sair a noite....
Torci o nariz
Não to muito pra multidões hoje... Que tal a gente comer alguma coisa em casa mesmo?
Pode ser na minha casa então... Te faço um miojo...
Eu ri com força, tentando não chamar atenção da turma
Idiota, eu posso fazer um risoto então?
Claro, você consegue entrar naquele lugar pela janela mesmo...
Ri de novo, ele olhou o relógio franzindo o cenho e então fez sinal. Teria que ir embora logo logo. Konaji forçou expressão enferma. Foi até o professor , ele conseguia enganar qualquer um, se eu não o tivesse rir a pouco tempo, juraria que ele estava a beira de um colapso. O professor o liberou e ele saiu da sala.
Agora eu estava completamente sozinha na sala e de conhecido só restava Hanji na escola, que como eu já sabia , sairia antes de mim e iria direto para a Sede. Eu fiquei no meu canto durante o intervalo e as ultimas aulas, fones de ouvido na orelha, indiferença estampada no rosto.
– Você é Luna, não é mesmo? – o garoto que aparecera na minha frente logo no portão da escola era alto e forte, mantinha a barba no rosto e o cabelo curto em um topete. Ele me pareceu pouco interessante e, logo de cara irritante. Encarei-o
– Pois não?
– É um lindo nome... – ele soltou um sorriso torto – Você não quer companhia? Já que hoje você está sozinha...
– Não obrigada – retruquei bem direta, não estava com humor para lidar com aquele babaca – Eu prefiro ficar sozinha.
– O que? – ele parecia tentar disfarçar a sua falta de paciência – você está namorando aquele cara, o Konaji? Me disseram que...
– O que disseram ou deixaram de dizer não me interessa – cortei-o com a voz fria – Eu não namoro Konaji ou qualquer um dos outros, agora, com licença.
Eu já estava andando a passos largos, já à certa distância da escola quando senti um braço me segurar. Ele não tinha mais a expressão e galã de antes, aquilo me assustou um pouco, na verdade me pegou de surpresa.
– Ah, não, não, não... eu não vou te deixar ir tão fácil... – eu podia ser forte, mas não consegui impedi-lo de me puxar para seu lado pela cintura, apoiando sua mão pouquíssimo acima do meu quadril, aquilo me enojou – Não agora...
Ele baixou mais a mão apertando forte minha coxa. Eu tive uma sincera vontade de vomitar. Segurei seu ombro, que agora estava ao meu alcance e fechei forte os dedos, como garras, sob o nervo do ombro, que eu sabia exatamente onde estava. Seu braço ficou automaticamente imóvel, pude ouvir com certo prazer sádico seu grito de dor.
– Eu soube pela sua cara que você era um babaca – minha voz saia tão cheia de veneno quanto podia – mas eu não imaginava que seria tão idiota ao ponto de mexer com o meu orgulho... Você me enoja... E ainda grita como uma bichinha.
Ele estava chorando de dor, mas por pura repulsa eu não pude sentir pena, simplesmente o deixei cair de joelhos lhe presenteei com uma joelhada na coluna que o fez soltar um ultimo gemido e cair de bruços. Não forte o suficiente para quebrar nada, só para deixá-lo com medo pro resto da vida.
Eu decidi que não era seguro ir para casa naquele momento, eu precisava relaxar, ou partiria o apartamento em dois. Não tinha para onde ir, verdade, mas mesmo assim zanzei pela cidade até que, já com a cabeça mais fria em função da música e da caminhada, eu me vi na sorveteria onde Konaji tinha me levado antes de me guiar pela primeira vez até a Sede, eu tinha andado todo aquele caminho a pé? Nesse momento senti toda a sede, fome e cansaço, que não havia percebido antes, me assolar. Já era consideravelmente tarde.
Em uma mesa, eu pedi uma água e um Sunday, depois que eu comi, me senti renovada, o efeito de um sorvete sobre mim era incrível. Eu paguei e fui para casa, parando para comprar os ingredientes para o jantar. Já em casa, eu foi que eu reparei na dor incomoda que sentia no braço e na coxa, haviam marcas roxas para me lembrar do irritante incidente da tarde. Eu, respirei fundo, tentando manter o humor readquirido. Tomei um banho e esperei, acompanhada de um livro, as horas da tarde e da noite passarem.
Eram 9:30 quando eu entrei pela janela da casa de Konaji com a minha mochila cheia de ingredientes e coisas de cozinha. Eu entrei sem cerimonia na cozinha e comecei a cortar alguns legumes e carnes. 10:20 em ponto a porta a frente abriu.
– Ué... – a voz de Konaji estava cansada, mas parecia feliz – Porque eu não sinto cheiro de comida?
– Eu estava esperando você chagar pra colocar tudo no fogo... – respondi aparecendo a porta da cozinha – risoto fica terrível frio...
– Quanta consideração... – riu-se – Então eu vou tomar um banho, ok?
– Claro, quando você sair já vou estar com tudo pronto.
Nós nos sentamos na mesa da cozinha , que àquela hora estava uma bagunça, já que tinha sido eu que tinha cozinhado ali. Estávamos tão famintos e cansados, os dois, que enquanto havia comida na mesa, não falamos uma palavra e quer.
– O que houve com a sua perna? – foi um assunto bem inesperado para um jantar tranquilo entre amigos. Eu fiquei meio confusa por alguns segundos.
– Minha perna? Ué... Nada, ela tá normal....
– Não tá não, você tá mancando – observou ele, apontando para mim num tom acusador quase cômico.
– Ah, isso... – não consegui conter todo o veneno da lembrança – nada, sério, só um acidente.
– Mentira – acusou novamente
– É sério, eu to bem...
– Sara, você é forte, nunca mancaria por algo pequeno... – e tentei protestar, mas ele continuou – tira a calça.
– O que?! – alguém me explica como nós chegamos aqui por favor?
– Me mostra a sua perna... – insistiu ele – anda! Eu te empresto um shot ou coisa do tipo, agora tira essa calça.
– Cara, tem um hematoma do tamanho de uma mão na sua coxa! – espantou-se, ao analisar a minha perna, afastando de leve o short velho de cima da parte roxo-esverdeado. – o que diabos você fez dessa vez?!
– Eu caí... – respondi simplesmente, mas ele me olhou com aquela clássica expressão descrente de quando ele sabia que eu estava mentindo. – Tá, um cara quatro por quatro tentou me assediar na saída da escola.
– O QUE?! – ele praticamente berrou, estava vermelho, assim como eu, envergonhado, sua expressão mudava com um frequência grade de mais para que eu pudesse distinguir todas – como que uma merda dessas aconteceu?!
Eu expliquei toda a história de mais cedo, voltando a me sentir nauseada com a atitude do cara, Konaji parecia compartilhar esse sentimento comigo. Mas quando eu descrevi a minha revirada ele riu, e eu percebi que também me sentia muito satisfeita com o estado que tinha deixado o assediador.
– Você me mata de susto com essas suas histórias... – Nós estávamos sentados lado a lado no chão da sala, seu tom não era brincalhão, ele estava realmente preocupado – não devia deixar esse tipo de gente se aproximar...
– Desculpa... – eu estava incomodada com o short largo de mais que começava a cair com certa frequência, o que não me permitia ser mais sentimental – Kon, eu vou vestir minha calça...
– Ok... – ele concordou se pondo de pé – Eu vou lavar as vasilhas...
Eu coloquei a minha calça e guardei minhas coisas na mochila para não esquecer nada. Konaji terminou com a louças em pouco tempo e então, nós voltamos para a sala,deitado no chão, olhando o nada e conversando. Foi divertido, e já eram mais de 3 da manhã quando percebi os primeiros sinais de sono no meu amigo, me dando conta de que era hora de ir para casa.
– você já deve estar com sono – comentei rindo dos olhos sem cerrados de Kon que piscavam o tempo todo – Acho que eu vou pra casa...
– E o meu beijo de boa noite? – a voz sonolenta e mal gesticulada soou chantagista, eu já estava na beirada da janela, mas ri e voltei para perto dele – Boa noite Sara...
Eu aproximei o meu rosto de sua testa, mas ele subitamente levantou a cabeça, tocando seus lábios nos meus. Eu levantei automaticamente.
– O QUE DIABOS FOI ISSO?-- cuspi as palavras num jato só.
– Uma coisa que eu queria tentar a um bom tempo atrás – o sorriso se mantinha em seu rosto, os olhos semi-cerrados. Eu não consegui dizer nada – Fiquei com muito medo de alguém roubar você de mim...
Eu estava de queixo caído sem conseguir fala um palavra que fizesse sentido. Ou melhor, aquilo lá que não fazia sentido nenhum! Eu bati no rosto de Kon de leve, esperando que ele só fosse sonâmbulo ou algo do tipo.
– Acorda Konaji! – chamei insistentemente – você tá em modo zumbi ou o que??
– Eu estou perfeitamente consciente Sara – ele levantou e se sentou ao meu lado – Eu gosto de você, queria ter impedindo que um coisa tão nojenta acontecesse com você.
Ele aproximou o braço do meu ombro, gentilmente. Eu segurei sua mão. Beijei-a e a apertei por um instante, tomando o controle do situação. Ligando meu modo maduro e racional.
– Não hoje Kona, você não pode fazer mais do que já faz por mim... – eu lhe sorri, ele parecia confuso – Boa noite...
E eu pulei para fora do apartamento, dando graças a deus por ter coisas de mais para fazer dali em diante para ter tempo de pensar no que acabara de acontecer.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Papo de Escritor #4

Olá gente...=D


Desculpa os hiatos mais longos do que o esperado com os posts aqui no Chá de Morango, podemos dizer que essas últimas 4 semanas quase me mataram e me consumiram umas boas noites de sono...xD


A greve acabou e logo em seguida, obviamente, vem as reposições e MEU DEUS! como essa reposição tá me matando!Provas jogadas uma por cima da outra, trabalhos pra entregar todos os dia, um monte de atividades pra terminar em casa... E isso é só a escola.... De segunda a sábado, além da segunda e quinta a tarde, lá estou eu estudando ou fazendo alguma coisa relacionada a escola...


Tanta novidades apareceram nessas ultimas semanas, tantas coisas aconteceram, tantas deixaram de acontecer, que as vezes eu acho que é paranóia minha e que na verdade nem foi tão corrido assim, mas aí eu percebo que até meus colegas de sala, que mal falam comigo tavam me achando estranha.... O_O"


Tirando isso, eu tive muitas idéias, esqueci muitas idéias e principalmente deixei de ter mais outras tantas... XD
Acho que por causa da falta de sono. Mas eu prometo lançar qualquer coisa mais produtiva do que os meu relatórios pessoais do 'Papo de Escritor', ok?


Um beijo e um queijo,
Luna e Narradora!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Desafio Musical Star Wars

Achei esse vídeo pelo blog  MVA's Blank II, realmente, ela tá certa! Tem louco pra tudo... XD


Desafio dos Cellos! Foi ótimo mesmo... xDD

domingo, 30 de outubro de 2011

Cartas da Narradora #2


Bom, um amigo meu pediu pra eu fazer a redação dele da escola, era uma carta pessoal, tá que ele não tinha e dito que era uma carta dele pra alguém da sala falando sobre alguma coisa que tinha acontecido na semana e que tinha feito ele sentir dor, então saiu isso aí.... xD
Não deu pra usar como redação, mas nós 3 concordamos que estava digno do Chá de Morango, então aí está:

Querida Irmã,
Como estão as coisas na cidade?Espero intensamente que os bombardeios não tenham chegado até aí que que todos estejam a salvo, apesar de saber que essa esperança é frustrada. Tudo que me resta é acreditar no sistema de rastreamento de bombas para manter vocês em segurança nos abrigos. Sinto muito pela morte de Josef na ultima batalha, espero que as crianças superem a perda de seu pai, sei que devem ser tempos difíceis, mas por favor, seja forte.
Por aqui as coisas vão de mal a pior, o nosso acampamento foi invadido e fomos obrigados a recuar para um bunker próximo por medidas de proteção. Posso sentir que a guerra está chegando ao fim, mas para nós esse fim não parece agradável. O bunker está cheio de feridos, o cheiro é insuportável e os médicos não parecem ver a recuperação dos nossos companheiros de maneira muito positiva. Apesar de tudo estou grato por estar ainda vivo, depois da explosão das granadas no ultimo campo de batalha.
A cada dia que passa os ânimos do exercito parecem piores, assim como a sua aparência. Jovens que antes pareciam-me tão astutos e corajosos, agora vejo sentados no chão em posição fetal, pedindo por proteção, seja de quem for. O número de desertores me preocupa, afinal mas desertores representa mais informações nas mãos dos inimigos. Os altos cargos parecem tão preocupados com a situação quanto nós e isso não melhora as coisas.
Mesmo que eu saiba que se trata de um instinto desesperado do meu corpo para me manter são em meio a todo esse terror, só posso ter esperanças de que vamos conseguir inverter a ampulheta, e que vamos conquistar a nossa liberdade perante o Opressor. O capitão da base diz que reforços virão em breve, trazendo consigo mantimentos e medicamentos. Lembre-se que todos os nossos dias difíceis serão compensados. Tudo por um bem maior.

Esperando de ter novamente,
David

domingo, 23 de outubro de 2011

Um Outro Dia


Ela já tinha vinte, estava no 4º e ultimo ano do curso de design e, a propósito, já sabia andar de patins perfeitamente bem, gostava muito de slalom, tinha muitas decisões tomadas, das quais algumas ela tinha aprendido a não se arrepender. Estava com o futuro profissional planejado: uma pequena grife, um estilo alternativo, talvez ela começasse no exterior, já tinha um convite para trabalho para assistente de uma estilista em Londres.
Ele já estava na com 27, se sentia mais maduro, aprendera a trabalhar,apesar de ainda apreciar muito a vida sem preocupações que costumava levar. Tinha concluído a faculdade a um tempo, e ela tentava convencê-lo a fazer uma especialização, continuar estudando, dizia que ele era genial e que tinha muitas ideias boas para passar pra frente, mas toda vez que ela repetia isso ele só ria.
Ele a amava, ela gostava muito dele, sonhava em corresponder propriamente aos seus sentimentos, os dois se viam dos os dias, as coisas estavam muito bem. Mais maduros, os dois costumavam conversar por horas a fio, sobre trabalho, patins, música, comida, só não sobre o futuro, esse,os dois já haviam concordado em deixar que se resolva por si próprio. Também discutiam, claro. Nessas horas as coisas se complicavam, por que os dois eram orgulhosos de mais para admitir qualquer tipo de erro.
Por causa de coisas muitas vezes idiotas, os dois ficavam dias sem se falar e então voltaram a se ver, como se nada tivesse acontecido. Não se esqueciam, muito pelo contrário, mas demonstravam, cada um ao seu modo, que se arrependiam.
– Queria te fazer uma pergunta... – um meio sorriso, ele parecia feliz, ela assentiu – Você ainda vai para exterior?
– Uhum... – ela abaixou o olhar, agora ela entendeu que o meio sorriso era mais uma vez uma máscara, ela queria realizar seu sonho, ela queria ver coisas novas, mas não queria deixá-lo triste por causa disso. Não conseguia olhá-lo nos olhos.
– Parabéns – ele mantinha sorriso, agora claramente plastificado, incoerente com seus pensamentos – Estou feliz por você...
– Eu te amo – cochichou ela, era a primeira vez que dizia isso, ainda fitava o chão, os olhos ardiam, sentia o ar faltar, se sentia idiota e imatura, não queria chorar na frente dele, como sempre. – Você...
Ele a interrompeu com um beijo, estava feliz como nunca em muito tempo, queria abraçá-la até lhe partir ao meio, queria gritar qualquer coisa que lhe viesse a cabeça, o beijo apaixonado tirou o fôlego de ambos, de modo que tiveram que se separar mais rápido do que gostariam. Também não queria que ela o visse chorar, não queria que ela soubesse que ele não superaria a sua partida tão cedo, ficaram ali, abraçados, queixos apoiados no ombro um do outro, olhares distantes, mãos frias, gargantas apertadas.
– Eu vou – sussurrou. Ele sabia o que ela ia dizer antes, não era como se fosse difícil de adivinhar. – Não quero que você nem cogite sair com aqueles caras oportunistas de Londres.
– Não quero nem saber de você dormindo com qualquer oferecida por aqui também – disse ela num súbito meio sorriso – Nem com nenhum cara.
– Piadista idiota – balbuciou ofendido.
– Aprendi com o melhor – ela sorriu engolindo o choro, menos persistente agora – Por que eu te trairia?
– E eu que sei?
– Pensado bem, tem um monte de patinadores gatinhos em Londres.
– Hei!
– Hahá...
– Eu disse pra nem pensar – ele a segurou mais firmemente em seus braços – Não vou te deixa ir então. Você é minha.
– Eu não sou sua! – sorriu ela, agora abafando o rosto em seu ombro, afastou o abraço – Mas você é especial pra mim e ninguém pode me segurar em seus braços como você.
– Gostava mais a garotinha insegura de anos atrás...
– Síndrome de lolita....
– Você costumava ser menos rude.
– Será?
– É
– Tudo bem então...
– Eu já disse que realmente te amo?
– Você não vai me forçar a repetir is de novo.
– Só diga “Eu também”.
– Ok, eu também – disse teatralmente. Ele riu, ambos não estavam mais preocupados, e a beijou, não era um beijo de “adeus”era um beijo de “até logo”.

Houve um sorriso,uma lágrima solitária, pálpebras pressionadas sobre os dedos num movimento vicioso,e então o avião partiu.