Lembram daquela one shot que eu lancei a long time ago, in a far, far away galaxy? Pois é... se vocês forem procurar o post não vão achar. Eu reli ela um dia desses e achei muito what the fuck, por isso rescrevi em duas partes, não ficou assim NOSSAAA QUE MARAVILHA DE ROMANCE, mas ficou melhor do que o outro....
É bem verdade que só
faziam algumas semanas que eu tinha me mudado para o Japão e me
envolvido em toda essa loucura de agência secreta pela paz
interdimensional, mas também é verdade que eu já me sentia bem em
casa com tudo isso. Sentia muita falta de alguém mais íntimo para
conversar sobre os meus problemas em certas situações, mas ao mesmo
tempo eu me sentia bem com os meus novos amigos e colegas de
trabalho. De certa forma eu me sentia bem mais madura que à algumas
semanas atrás. Os dias pareciam se arrastar, mas ao mesmo tempo
pareciam ser carregados de coisas para se fazer, e assim, a cada fim
de dia, eu sentia que tudo tinha voado pela minha frente e eu nem
tinha percebido.
Eu
sempre odiei ter tempo livre, por que tempo livre me dava a estúpida
possibilidade de me sentir confusa e vazia, principalmente quando eu
estava longe de casa. Hoje é um dia com muito tempo livre. Houjô
tinha saído em uma missão no Brasil com a Hillany, Jady tinha ido à
outra dimensão para realizar algumas pesquisas, Konaji e Hanji tinha
ficado por aqui, mas ambos tinham suas próprias coisas para fazer.
Bom, eu também teria as minhas se não fosse pelo fato de eu ter
sido liberada de todos os meus treinamentos durante aquela tarde. Até
mesmo o desligado do Kazumi tinha me liberado para “não
sobrecarregar o hardware” ou algo assim. A questão é que com esse
tempo livre eu estava naquela de “Tá tenho uma tarde de folga e
agora, como-faz?” bem típica dos workhollics da minha família.
As
aulas da manhã já estavam acabando e eu estava começando a entrar em pânico
com relação à o que fazer naquela tarde. Então eu resolvi falar
com Konaji, afinal, talvez por nós estarmos na mesma sala, nós
acabamos nos aproximando um pouco mais e talvez ele tivesse algum
tempo livre mais tarde.
--
Hey, Konaji -- chamei sua atenção enquanto o professor escrevia a
matéria no quadro. E lhe passei um bilhete, nós fazíamos isso com
certa frequência durante as aulas, mas ninguém prestava atenção
de fato.
Eu
to completamente sem perspectivas para essa tarde. Droga, por que me
dispensaram de todas as funções na SS de uma vez só??
Ele
riu do recado, rabiscou alguma coisa e tacou de volta o papel.
Workhollic!
Tenta fazer alguma coisa além de estudar e trabalhar...
Eu
li vagarosamente o papel e então suspirei.
Eu
sairia com os meus amigos se todos eles não estivessem trabalhando
em alguma coisa por agora, sabe??
Ele
me olhou irônico e então respondeu por papel.
Você
ainda tá tendo dificuldades em se misturar com os outros? Devia
andar mais sem a gente, sabe? O que você faz quando todos nós
estamos em missões?
Eu
me permiti um olhar atônito.
Não,
não consegui me misturar com os outros, ok?Você é super sociável
por isso não sabe como é difícil pra mim falar com
desconhecidos... E bom, quando vocês saem em missão eu trabalho e
estudo! É um bom passa tempo pra mim, sabe...
Ele
parecia realmente espantado com a minha resposta
Você
não devia tornar as coisas mais difíceis... Já tentou ao menos se
misturar com as outras garotas?
Eu
fiquei com um pouco de raiva, ele meio que não estava tentando
entender, eu tive vontade de chorar e me senti patética por isso. O
que era aquilo? Eu nem tava de TPM...
Pensa
um pouquinho Kon!Essas garotas me odeiam! E a razão pela qual elas
me odeiam é óbvia... Eu sou a garota que é mais próxima de você e
do Hanji, e metade do colégio é gamado em vocês, sendo que a outra
metade tá gamada no Houjô ou é garoto... Bem que vocês podiam
arranjar namoradas, assim elas talvez mudassem o alvo de ódio
delas...
Konaji
pareceu bem ofendido com o bilhete, me dei conta que eu estava botando
a culpa que era minha os outros.
Você
tá culpando os outros por algo que eles não controlam, Sara...
Parecia
que ele tinha lido a mina mente, eu suspirei.
Desculpa...
Eu fui idiota... deve ser efeito colateral da minha falta do que
fazer esse mal humor...
Você
é bizarra as vezes, sabia?
Ok,
eu sei...Mas e aí? Tem um tempo livre depois do trabalho?
Ele
se animou subitamente
Eu
saio do trabalho as 10, a gente podia sair a noite....
Torci
o nariz
Não
to muito pra multidões hoje... Que tal a gente comer alguma coisa em
casa mesmo?
Pode
ser na minha casa então... Te faço um miojo...
Eu
ri com força, tentando não chamar atenção da turma
Idiota,
eu posso fazer um risoto então?
Claro,
você consegue entrar naquele lugar pela janela mesmo...
Ri
de novo, ele olhou o relógio franzindo o cenho e então fez sinal.
Teria que ir embora logo logo. Konaji forçou expressão enferma. Foi
até o professor , ele conseguia enganar qualquer um, se eu não o
tivesse rir a pouco tempo, juraria que ele estava a beira de um
colapso. O professor o liberou e ele saiu da sala.
Agora
eu estava completamente sozinha na sala e de conhecido só restava
Hanji na escola, que como eu já sabia , sairia antes de mim e iria
direto para a Sede. Eu fiquei no meu canto durante o intervalo e as
ultimas aulas, fones de ouvido na orelha, indiferença estampada no
rosto.
–
Você é Luna, não é mesmo? – o garoto que aparecera na minha
frente logo no portão da escola era alto e forte, mantinha a barba
no rosto e o cabelo curto em um topete. Ele me pareceu pouco
interessante e, logo de cara irritante. Encarei-o
–
Pois não?
–
É um lindo nome... – ele soltou um sorriso torto – Você não
quer companhia? Já que hoje você está sozinha...
–
Não obrigada – retruquei bem direta, não estava com humor para
lidar com aquele babaca – Eu prefiro ficar sozinha.
–
O que? – ele parecia tentar disfarçar a sua falta de paciência –
você está namorando aquele cara, o Konaji? Me disseram que...
–
O que disseram ou deixaram de dizer não me interessa – cortei-o
com a voz fria – Eu não namoro Konaji ou qualquer um dos outros,
agora, com licença.
Eu
já estava andando a passos largos, já à certa distância da escola
quando senti um braço me segurar. Ele não tinha mais a expressão e
galã de antes, aquilo me assustou um pouco, na verdade me pegou de
surpresa.
–
Ah, não, não, não... eu não vou te deixar ir tão fácil... –
eu podia ser forte, mas não consegui impedi-lo de me puxar para seu
lado pela cintura, apoiando sua mão pouquíssimo acima do meu
quadril, aquilo me enojou – Não agora...
Ele
baixou mais a mão apertando forte minha coxa. Eu tive uma sincera
vontade de vomitar. Segurei seu ombro, que agora estava ao meu
alcance e fechei forte os dedos, como garras, sob o nervo do ombro,
que eu sabia exatamente onde estava. Seu braço ficou automaticamente
imóvel, pude ouvir com certo prazer sádico seu grito de dor.
–
Eu soube pela sua cara que você era um babaca – minha voz saia tão
cheia de veneno quanto podia – mas eu não imaginava que seria tão
idiota ao ponto de mexer com o meu orgulho... Você me enoja... E
ainda grita como uma bichinha.
Ele
estava chorando de dor, mas por pura repulsa eu não pude sentir
pena, simplesmente o deixei cair de joelhos lhe presenteei com uma
joelhada na coluna que o fez soltar um ultimo gemido e cair de
bruços. Não forte o suficiente para quebrar nada, só para deixá-lo
com medo pro resto da vida.
Eu
decidi que não era seguro ir para casa naquele momento, eu precisava
relaxar, ou partiria o apartamento em dois. Não tinha para onde ir,
verdade, mas mesmo assim zanzei pela cidade até que, já com a
cabeça mais fria em função da música e da caminhada, eu me vi na
sorveteria onde Konaji tinha me levado antes de me guiar pela
primeira vez até a Sede, eu tinha andado todo aquele caminho a pé?
Nesse momento senti toda a sede, fome e cansaço, que não havia
percebido antes, me assolar. Já era consideravelmente tarde.
Em
uma mesa, eu pedi uma água e um Sunday, depois que eu comi, me senti
renovada, o efeito de um sorvete sobre mim era incrível. Eu paguei e
fui para casa, parando para comprar os ingredientes para o
jantar. Já em casa, eu foi que eu reparei na dor incomoda que sentia
no braço e na coxa, haviam marcas roxas para me lembrar do irritante
incidente da tarde. Eu, respirei fundo, tentando manter o humor
readquirido. Tomei um banho e esperei, acompanhada de um livro, as
horas da tarde e da noite passarem.
Eram
9:30 quando eu entrei pela janela da casa de Konaji com a minha
mochila cheia de ingredientes e coisas de cozinha. Eu entrei sem cerimonia na cozinha e comecei a cortar alguns legumes e carnes.
10:20 em ponto a porta a frente abriu.
–
Ué... – a voz de Konaji estava cansada, mas parecia feliz –
Porque eu não sinto cheiro de comida?
–
Eu estava esperando você chagar pra colocar tudo no fogo... –
respondi aparecendo a porta da cozinha – risoto fica terrível
frio...
–
Quanta consideração... – riu-se – Então eu vou tomar um banho,
ok?
–
Claro, quando você sair já vou estar com tudo pronto.
Nós
nos sentamos na mesa da cozinha , que àquela hora estava uma bagunça,
já que tinha sido eu que tinha cozinhado ali. Estávamos tão
famintos e cansados, os dois, que enquanto havia comida na mesa, não
falamos uma palavra e quer.
–
O que houve com a sua perna? – foi um assunto bem inesperado para
um jantar tranquilo entre amigos. Eu fiquei meio confusa por alguns
segundos.
–
Minha perna? Ué... Nada, ela tá normal....
–
Não tá não, você tá mancando – observou ele, apontando para mim
num tom acusador quase cômico.
–
Ah, isso... – não consegui conter todo o veneno da lembrança –
nada, sério, só um acidente.
–
Mentira – acusou novamente
–
É sério, eu to bem...
–
Sara, você é forte, nunca mancaria por algo pequeno... – e
tentei protestar, mas ele continuou – tira a calça.
–
O que?! – alguém me explica como nós chegamos aqui por favor?
–
Me mostra a sua perna... – insistiu ele – anda! Eu te empresto um
shot ou coisa do tipo, agora tira essa calça.
–
Cara, tem um hematoma do tamanho de uma mão na sua coxa! –
espantou-se, ao analisar a minha perna, afastando de leve o short
velho de cima da parte roxo-esverdeado. – o que diabos você fez
dessa vez?!
–
Eu caí... – respondi simplesmente, mas ele me olhou com aquela
clássica expressão descrente de quando ele sabia que eu estava
mentindo. – Tá, um cara quatro por quatro tentou me assediar na
saída da escola.
–
O QUE?! – ele praticamente berrou, estava vermelho, assim como eu,
envergonhado, sua expressão mudava com um frequência grade de mais
para que eu pudesse distinguir todas – como que uma merda dessas
aconteceu?!
Eu
expliquei toda a história de mais cedo, voltando a me sentir
nauseada com a atitude do cara, Konaji parecia compartilhar esse
sentimento comigo. Mas quando eu descrevi a minha revirada ele riu, e
eu percebi que também me sentia muito satisfeita com o estado que
tinha deixado o assediador.
–
Você me mata de susto com essas suas histórias... – Nós
estávamos sentados lado a lado no chão da sala, seu tom não era
brincalhão, ele estava realmente preocupado – não devia deixar
esse tipo de gente se aproximar...
–
Desculpa... – eu estava incomodada com o short largo de mais que
começava a cair com certa frequência, o que não me permitia ser
mais sentimental – Kon, eu vou vestir minha calça...
–
Ok... – ele concordou se pondo de pé – Eu vou lavar as
vasilhas...
Eu
coloquei a minha calça e guardei minhas coisas na mochila para não
esquecer nada. Konaji terminou com a louças em pouco tempo e então,
nós voltamos para a sala,deitado no chão, olhando o nada e
conversando. Foi divertido, e já eram mais de 3 da manhã quando
percebi os primeiros sinais de sono no meu amigo, me dando conta de
que era hora de ir para casa.
–
você já deve estar com sono – comentei rindo dos olhos
sem cerrados de Kon que piscavam o tempo todo – Acho que eu vou
pra casa...
–
E o meu beijo de boa noite? – a voz sonolenta e mal gesticulada
soou chantagista, eu já estava na beirada da janela, mas ri e voltei
para perto dele – Boa noite Sara...
Eu
aproximei o meu rosto de sua testa, mas ele subitamente levantou a
cabeça, tocando seus lábios nos meus. Eu levantei automaticamente.
–
O QUE DIABOS FOI ISSO?-- cuspi as palavras num jato só.
–
Uma coisa que eu queria tentar a um bom tempo atrás – o sorriso se
mantinha em seu rosto, os olhos semi-cerrados. Eu não consegui dizer
nada – Fiquei com muito medo de alguém roubar você de mim...
Eu
estava de queixo caído sem conseguir fala um palavra que fizesse
sentido. Ou melhor, aquilo lá que não fazia sentido nenhum! Eu bati
no rosto de Kon de leve, esperando que ele só fosse sonâmbulo ou
algo do tipo.
–
Acorda Konaji! – chamei insistentemente – você tá em modo zumbi
ou o que??
–
Eu estou perfeitamente consciente Sara – ele levantou e se sentou
ao meu lado – Eu gosto de você, queria ter impedindo que um coisa
tão nojenta acontecesse com você.
Ele
aproximou o braço do meu ombro, gentilmente. Eu segurei sua mão.
Beijei-a e a apertei por um instante, tomando o controle do situação.
Ligando meu modo maduro e racional.
–
Não hoje Kona, você não pode fazer mais do que já faz por mim...
– eu lhe sorri, ele parecia confuso – Boa noite...
E
eu pulei para fora do apartamento, dando graças a deus por ter coisas
de mais para fazer dali em diante para ter tempo de pensar no que
acabara de acontecer.